segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Renegociar a divida - Uma inevitabilidade



Efetuei um pequeno resumo das despesas e receitas orçamentadas para 2012 e 2013.
Verifica-se claramente que o grosso da despesa não são, ao contrários do que vários analistas/comentadores tentam vender na praça pública,despesas com salários, saúde e educação.
O grosso da despesa é o serviço da divida (67% do total dos encargos).
Sejam prazos, juros ou montantes algum reajustamento terá inevitavelmente de ser efetuado.
Por mais que emagreça o estado,numa época de recessão económica, nem com um estado anorético lá chegaremos sem renegociar a divida.


             
            Fonte: DGO OE2013  
                               
Esta posição inicialmente de partidos de esquerda (PC e Bloco), vai ganhando cada vez mais "adeptos", veja-se Miguel Cadilhe.


Como alguém afirmou  “Um governo que não pondere alternativas, neste tempo difícil,  além de preguiçoso é irresponsável”.

Se fosse crente estaria esperançado que este governo o faça “ no recato institucional, entre as instituições e não na praça pública” conforme sugere o cadilhe.
No entanto como sou agnóstico com uma tendência crescente para ateu, que  muito devo ao Gaspar, por isso… 
… A VER VAMOS.


3 comentários:

  1. NÃO CONCORDO !!! NÃO DEVEMOS RENEGOCIAR A DÍVIDA COMO FEZ A GRÉCIA, POIS É ENTENDIDO COMO INCUMPRIMENTO DO PAÍS E VEJA-SE NO QUE DEU !!! TEMOS DE SEGUIR É O CAMINHO DA IRLANDA QUE CUMPRIU O MEMORANDO E NÃO RENEGOCIOU A DÍVIDA E AGORA ESTÁ QUASE LIVRE DA TROIKA E A CRESCER !!!

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  2. Caro Anónimo:
    O problema Irlandês nada tem de semelhante com o Grego e Português.
    O Problema Irlandês foi o resgate à banca, a Irlanda não tinha, nem tem, à décadas um problema estrutural de falta de crescimento.
    O estado Irlandês teve de pedir ajuda não por uma questão de desequilíbrio de finanças públicas, per se, como Portugal, mas porque “optou” salvar o seus sistema financeiro.

    Ao contrario do que se diz na TV a natureza do problema português tem muito pouco de parecido com o Irlandês, tem as mesmas origens ( não a dimensão) que a questão grega.

    “NÃO DEVEMOS RENEGOCIAR A DÍVIDA COMO FEZ A GRÉCIA “

    Como fez a Grécia, concordo.
    A Grécia deixou "andar" o problema e quando assumiu a sua real dimensão já era tarde.

    Espero que não nos aconteça o mesmo.

    A renegociação grega não foi mais do que um não pagamento da divida o chamado “air cut”.

    Entre não pagar e renegociar prazos e montantes esta um oceano de distancia e credibilidade.

    Diga então como propõem pagar e/ou reduzir a divida ( em % do PIB, pois os objetivos assim foram estabelecido),com um juro médio admitamos de 3% e com um crescimento do PIB entre -1% a 1% (sendo otimista).

    Para melhor basear a sua resposta:
    "No final de 2011, a dívida portuguesa ascendia a 189.731.044.443€ , de acordo com dados divulgados pelo Eurostat e reproduzidos pelo BdP. Este valor, equivalente a 107,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB)."

    Não podemos comparar o incomparável.


    A ideia de "refundar o estado" pode contribuir, convém e todos estarmos cientes das reais implicações do termo e do corte de 4.000.000.000€ terão no tecido social e económico do pais.

    " Que interessa resolver o problema da divida do estado se depois estamos todos mortos" disse a Drª Manuela Ferreira Leite.

    A real questão não é só como resolver o problema da divida, mas também e principalmente como garantir a viabilidade do pais.

    Estou, no entanto, aberto a outras soluções que tecnicamente se mostrem viáveis e que não sejam apenas "wishful thinking".

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  3. Bom dia,

    Vou fazer um comentário um pouco atrasado, mas os quadro que mostra parecem referir-se apenas a serviços integrados.
    Isso quer dizer que exclui uma grande parte das despesas do Estado, normeadamente SFA's, E.P.E.s, etc?

    Parabéns pelo interesante blog.

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