quinta-feira, 18 de junho de 2009

MP investiga 15 milhões em 'offshores' ligadas a Valentim



Esta nova investigação surge na sequência do processo da Quinta do Ambrósio, no qual Valentim Loureiro está acusado de burla qualificada, participação económica em negócio, instigação à administração danosa e prevaricação - um caso revelado pelo DN, que envolvia a valorização de um terreno situado em reserva agrícola que, depois de desafectado, foi vendido pelo dobro do valor à Sociedade de Transportes Colectivos do Porto. Deste processo foi extraída uma certidão, a que o DN teve acesso, que dá conta de vários movimentos de dinheiro em contas offshores. O caso está a correr no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Porto. As buscas foram efectuadas por elementos da PJ de Lisboa.

Segundo a certidão, os principais suspeitos são dois filhos de Valentim Loureiro, Jorge e Nuno Loureiro, José Luís Oliveira, vice--presidente da Câmara de Gondomar e já condenado no processo "Apito Dourado", António Araújo Neves, antigo advogado de Oliveira no processo de corrupção no futebol, Américo Neves, ex-presidente do clube de futebol União Desportiva Sousense e Telmo Fernandes, sobrinho de Valentim. Ontem, a Polícia Judiciária realizou buscas a todos estes suspeitos, os quais, refira-se, não foram constituídos arguidos. A Judiciária esteve a fazer buscas na Câmara de Gondomar, assim como nas casas de Valentim Loureiro e de José Luís Oliveira e nas residências dos restantes suspeitos. O principal alvo dos investigadores foi a recolha de documentação bancária e de certificados de constituição de offshores.

É que, segundo os elementos já recolhidos pelo Ministério Público de Gondomar, que investigou o caso da Quinta do Ambrósio, só no dia 29 de Junho de 2005 foram transferidos 8,4 milhões de euros para uma conta em nome de uma sociedade offshore, a Kremble Holdings LLC.

Desta conta saíram duas verbas, uma de um milhão para uma conta da Companhia de Fiação e Tecidos de Ferro, que pertence a Valentim Loureiro, e uma segunda de 400 mil euros para a Actinvest, Investimentos Mobiliários e Imobiliários, cujos administradores são os dois filhos do major.

São estes e outros fluxos que a investigação quer esclarecer, sobretudo qual a origem das verbas. Daí estarem em causa eventuais crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção, segundo uma nota do DIAP do Porto.

Ao final da tarde de ontem, Valentim Loureiro reagiu a mais uma investigação da PJ e às buscas que foram feitas à autarquia e à sua casa: "É tempo de aqueles que há meia dúzia de anos me têm permanentemente perseguido se convencerem de que os ataques que sistematicamente têm feito têm de vencer dezenas de milhares de dedicados e amigos gondomarenses (...) que há 16 anos sempre me têm apoiado." E sublinhou que não é arguido.


FONTE:
DN

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