Ludovina Cunha, filha mais nova da dona da Quinta do Ambrósio, em Gondomar, confirmou ontem, na instrução do processo judicial ao negócio de compra e venda do terreno – no qual Valentim Loureiro é acusado de burla qualificada, prevaricação e participação económica em negócio – que sabia que o dinheiro passou por uma conta offshore do BPN, situada nas ilhas Cayman. Sabia também que havia uma conta em nome da idosa com a morada do advogado Laureano Gonçalves.
A testemunha afirmou ainda que a irmã lhe comunicou a venda da quinta à Câmara de Gondomar três meses depois do negócio feito. "Foi no dia 22 de Setembro de 2000. Tinha um papel na mão e disse-me que já estava assinado por ela, pela minha mãe e pelo sr. major Valentim Loureiro", contou.
O negócio remonta então a meados de 2000. Laureano entrou nele através de Carlos Dias, colega de escritório e advogado da família e a convite do vice-presidente da câmara, José Luís Oliveira. Através do BPN, Laureano comprou uma offshore nas Bahamas, a Timmerton Internacional, numa altura em que Valentim já tinha feito o contrato-promessa por um milhão de euros. Ludovina, com 80 anos, passou a Laureano uma procuração lavrada também pela Timmerton.
Pouco depois, o advogado propôs a venda o terreno à STCP, por quatro milhões de euros. Em Novembro, a autarquia desafectou o terreno da Reserva Agrícola e um mês depois fez-se o negócio com a STCP, que pagou com um cheque 2395 milhões de euros, que entra no BPN Cayman para a Timmerton a 11 de Dezembro. A empresa fecha no mesmo dia e o dinheiro é transferido para outra conta do BNP Cayman, que passa a ser movimentada por Laureano, José Luís Oliveira e pelo filho do major, Jorge Loureiro.
FONTE:
CM
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