sexta-feira, 19 de junho de 2009

Negócio de Valentim no BPN de Cayman


Ludovina Cunha, filha mais nova da dona da Quinta do Ambrósio, em Gondomar, confirmou ontem, na instrução do processo judicial ao negócio de compra e venda do terreno – no qual Valentim Loureiro é acusado de burla qualificada, prevaricação e participação económica em negócio – que sabia que o dinheiro passou por uma conta offshore do BPN, situada nas ilhas Cayman. Sabia também que havia uma conta em nome da idosa com a morada do advogado Laureano Gonçalves.


A testemunha afirmou ainda que a irmã lhe comunicou a venda da quinta à Câmara de Gondomar três meses depois do negócio feito. "Foi no dia 22 de Setembro de 2000. Tinha um papel na mão e disse-me que já estava assinado por ela, pela minha mãe e pelo sr. major Valentim Loureiro", contou.

O negócio remonta então a meados de 2000. Laureano entrou nele através de Carlos Dias, colega de escritório e advogado da família e a convite do vice-presidente da câmara, José Luís Oliveira. Através do BPN, Laureano comprou uma offshore nas Bahamas, a Timmerton Internacional, numa altura em que Valentim já tinha feito o contrato-promessa por um milhão de euros. Ludovina, com 80 anos, passou a Laureano uma procuração lavrada também pela Timmerton.

Pouco depois, o advogado propôs a venda o terreno à STCP, por quatro milhões de euros. Em Novembro, a autarquia desafectou o terreno da Reserva Agrícola e um mês depois fez-se o negócio com a STCP, que pagou com um cheque 2395 milhões de euros, que entra no BPN Cayman para a Timmerton a 11 de Dezembro. A empresa fecha no mesmo dia e o dinheiro é transferido para outra conta do BNP Cayman, que passa a ser movimentada por Laureano, José Luís Oliveira e pelo filho do major, Jorge Loureiro.


FONTE:
CM

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